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domingo, 21 de novembro de 2010

Poesia - Teias de Aranhas, Formigas e Baratas

Perdoem-me os tradicionalistas, eu não sou chegado em métrica ou rima...

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Debaixo de um teto que desmorona em pequenos pedaços de poeira a cada dia
Olhando para o alto, com esperança de ver o futuro e não enxergando nada
Além de teias de aranha que preenchem os vãos do forro
 - Força para levantar a vassoura é rara nesses tempos.

Eu retorno à minha febre musical de adolescência
Ouvindo no volume máximo
Canções que me dizem coisas novas e diferentes para cada situação vivida, e cada sentimento
E navego em busca de novidades antigas, sobre artistas que não vivem mais
Pra fugir da tristeza e do cansaço do dia de trabalho

Pois é mais fácil varrer as formigas caídas às centenas sobre a poltrona abandonada
Do que estudar conteúdos que me recordam mágoas, nem sempre tão passadas
É difícil também fazer o meu jantar, que será o almoço saudável do amanhã previsto
E evitar as massas prontas que se estocam no armário

Mas eu luto para me manter de pé, e teimo em acreditar que devo vencer onde estou sendo derrotado
- a canção me disse para tentar outra vez -
Não porque de fato eu pense que isso é possível, pois eu já percebi que me falta o talento
Mas porque alguém depositou seus sonhos em mim, e fez crescer expectativas para os dias que virão
E eu adotei seus sonhos como meus, porque meu caráter sempre foi incapaz de criar
Praticidade sempre foi uma vantagem distante demais de meus conhecimentos mínimos

E tento me convencer que cada dia pode ser diferente, melhor que o antecessor
Mas meu próprio desenho de futuro é forte em pessimismo
Tanto ao deitar quanto ao levantar,
E as noites me parecem curtas e inúteis, porque não separam os dias
Que, em vez de serem simples, são duplos, e às vezes trilogias de desgaste e solidão
E não se pode culpar a Sexta por não ser o feliz fim de uma semana
Quando a Quarta e a Quinta se uniram para me levar ao chão
Ali, o mesmo chão, onde mato baratas outra vez, como no último verão


2 comentários:

  1. só um comentario... AUMENTA ESSA FONTE, PORRA!

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  2. Tu pode aumentar o tamanho da fonte no teu próprio PC, usa Ctrl & "+".

    Eu usei uma fonte pequena porque queria manter os versos na posição certa; com a fonte maior ele quebrava os versos em linhas diferentes, perdendo o formato e tals...

    Mas, vou atender o teu pedido num outro tópico, o primeiro conto, "Tempestade Noturna", porque notei que nele a fonte está pequena sem necessidade.

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