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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Conto - Tempestade Noturna

Esta pérola é de meus tempos de segundo grau, o atual Ensino Médio (isso me lembra que uma vez eu brinquei com a professora de química, dizendo: " agora vai deixar de ser ruim e ser, pelo menos, médio"). Aula de Redação Livre em Língua Portuguesa, para mim, era momento de contentamento. Escrever o que se passava na minha imaginação compulsiva era mais fácil que estudar, embora eu sempre tivesse boas notas...

Enfim, boas recordações. Para quem vai ler, imaginem as cenas como uma introdução de um típico filme de Sessão da Tarde, lá do início dos anos 90... Fiz algumas alterações ao original, pra evitar inconsistências típicas do aprendizado da escrita, inclusive no que dizia respeito à gramática.

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Quatro da madrugada. Lua cheia. Noite silenciosa. De repente, sons de passos apressados e rodas derrapando na rua interrompem tal silêncio. É uma perseguição. Uma limosine escura, de faróis altos, atrás de um garoto louro, baixo, 16 anos. Terá ele chance de escapar?

Mais uma curva é feita. Zack corre desesperado, o suor escorre de sua testa, umedecendo sua face branca. As janelas do carro se abrem vagarosamente, mostrando duas mãos peludas, grandes e bem armadas de sub-metralhadoras. Agora sim, não restam dúvidas: Zack não demorará a morrer.

Sons de trovões se ouvem de repente. Um relâmpago corta o céu escuro e uma chuva rápida e gelada começa a cair. O vento, que já existia, torna-se mais forte, acentuando a queda da chuva. Enquanto isso, Zack continua sua corrida, sendo seguido de perto pela limusine preta, que corre cada vez menos.

Finalmente, Zack é encurralado em um beco. Um lugar imundo, cheio de latas de conservas jogadas pelo chão, povoado de ratos e baratas, onde apenas uma pessoa se encontra: um mendigo, velho e barbudo, provavelmente em coma alcoólico.

Zack olha para trás, sua respiração ofegante e o coração a palpitar, e vê a limosine estacionar. Os faróis apagam e dois homens saem do carro, cada um por uma porta. Um deles, gordo, alto, careca; o outro é magro, ainda mais alto, cabelo liso e curto, com um pequeno topete ao estilo do Rei. Ambos olham um para o outro, depois apontam suas armas para o indefeso Zack. Neste momento, um novo relâmpago corta o céu, e seu barulho ensurdecedor faz Zack despertar...

São sete e meia da manhã e Zack está atrasado para a escola.

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