Seguidores

domingo, 29 de janeiro de 2012

Poesia - À Deriva

À Deriva

Sigo sozinho no mesmo barco
Sou capitão, marinheiro e timoneiro
Iço as velas, limpo a proa, tomo os remos
Sou pescador, velejador,
corsário, pirata

Sigo só num mar revolto,
sem astrolábio, mapa, bússola,
envolve-me a neblina e não vejo as estrelas
Sigo só e, então, perdido

Num barco fantasma
Em direção à queda do mundo

Sigo só

E o frio aumenta, o vento sopra,
perdem-se as velas, quebram-se os remos
E, lutando contra o mar

Sigo.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Poesia - O primeiro de um ano

Recebendo o ano que se inicia com boas vindas, apresento a vocês o primeiro poema de 2012.


O PRIMEIRO DE UM ANO

Crescentes ondas de negras águas
Nos azulados olhos do anjo da tormenta
Por trás, os raios da dúbia luz
Apontam a via que o presente inventa

"Quem vem de lá de onde finda o mundo
Tomando o vento por veloz transporte?"

"Às tuas incertezas me apresento
Do futuro, sou previsão de alguma sorte
Se me crês, talvez vejas o horizonte
Pelo inverso, há de ter logo com a morte

Sem fé, não há vida que eu sustente
Com fé, os teus sonhos fortaleço
O amanhã, mesmo o sendo, desconheço

Sou sinal, só te aponto onde está o norte
Aos que crêem no bem eu favoreço
Vem a mim sem receio, sê forte!"

E dito isso, uma canção se fez ouvida
Na descida de cerros abençoados
Trezentos e sessenta e seis anjos contados
Anunciando que o caminho é só de ida