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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Poesia - (Diversas)

Andei deixando meu lado "poeta de horas vagas" abandonado. Muita coisa mudou desde alguns meses atrás, e para a maior parte do tempo pareceu perder sentido manter esse traço. Mas, como é de meu costume, mudam-se fatos, mudam-se atos, mudam-se interesses... minha cabeça é um adorável e confuso caos, e cá estou de novo a poetizar.

Pra tirar o atraso, resgatei da gaveta algumas poesias velhas, que antes eu pensava serem "impróprias para publicação". Trouxe junto destas algumas mais recentes, concebidas de modos diversos, até mesmo com variação de idioma, por razões ainda mais incontáveis. Enfim: pra que explicar? Cada poesia é, em si mesma, aquilo que deve ser...

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De Causa e Efeito

Minha última prece me levou a nada
Minha última ofensa me levou à dor
Hoje resolvi calar até a alma
Pra não mais rezar, nem ofender, nem falar


Desabafar causa discórdia
E ser sincero é egoísmo
O mundo me confunde, me faz inseguro,
e, na insegurança, eu repito os erros
e rezo, e ofendo


São dezenas de dentes contados,
alguns partidos, outros arrancados
Eu já não vejo o sangue e a dor de outros
como eu os via em tempos passados


Mas não sei se por orgulho, por medo ou compaixão
Eu ainda choro pelo fracasso, me despedaço na desilusão
Mas é sábio calar, mesmo que eu não consiga fazê-lo, reconheço,
pois o desabafo sincero joga fora o que a alegria passageira conquistou


E então o sangue ferve,
não o que vejo, mas o que contenho
E eu ofendo de novo, e repito as preces
que só me levam à dor, e depois a nada.


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Uma Pausa


Queria estar bem
bem longe de onde estão os que pensam sobre o que fazem
Talvez onde está você
Talvez onde há bem-estar


Não há remorso, não há culpa ou arrependimento
Só essa memória que me cobra o que eu não sei fazer
E me pede pra tentar de novo
Enquanto me apavora, dizendo que sou fraco


Eu não sei negar


Nessas horas em que você não pode gritar,
e ninguém olhará em seus olhos para ler a sua angústia,
o silêncio começa a doer na garganta
e toda sua força se concentra em segurar a dor


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(Sem nome)

Eu não me pertenço
Nem tenho nada além de mim
Feito de vazio, o nada me preenche
E me sinto só em meio a tanta gente


Pois você não é de mim
Pois você não está aqui
E, diante de mim, finge não estar
E o meu saber, ainda que frequente
Ainda não explica por que é assim


Ferido permaneço e imploro pela cura
Recorro ao teu consolo e vejo que ignora


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Volta às aulas


Faltam-lhe as nictantes
mas não o veneno das serpentes
O riso da ignorância é deprimente
Erra onde já errara antes


E se me perguntar onde quero estar
Não é aqui certamente
Onde do pensar estou doente
Longe do conhecimento a alcançar


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About anger

My blood boils inside the cauldron of my veins
And the pact I made causes me suffering and pain


The dark night rises outside the shelter of the heart
And no star can shine below the ceiling of this car


I still can't get used to the meaning of these tears
The eyes I loved before are now the reason of my fears


And though the rain is over and the loneliness has gone
The time of fighting and a thunderstorm will come